sábado, 2 de agosto de 2014

Silenciando palavras, palavreando silêncios

Um silêncio silenciando
Tem maior valor
Que cem palavras palavreando
Em meio ao caos

Singular, plural
De forma habitual
Tenho andado ao lado
Dos sem amores
Com palavras frias
Baques
Supostamente cem valores
Não, tu dizias

Ah, meus senhores
Testemunhas, tu e tu, me ouves?

Tenho sido caos
Não ando mais são
Soa alienação
Mas é só desgosto
Sim, me vi perto do fim

Não me venha
Com tuas palavras frias
Com teu caos interior
Meu silêncio me aquece
Me enobrece
E mais do que sentir,
Ser amor!
Sou

Tu, com cem palavras tuas 
Palavreando
Tumultuando minha calma
Brutalidades esfregadas às escarras
Sem amarras, e se me amarras
Palavreio tu
Também e tão bem
Quanto

Eu, que com um silêncio meu
Silenciando
Agradeço
Ao tempo e à vida tenho apreço 
Até à tu que tumultuou
Corroeu meu eu
Com cem palavras
Sem sabores
Saberes
Dizeres, tão escassos
Não soubes amar
Não soube eu?

Um silêncio
Sem excelências
Ouvintes alguns
Sem anúncios
Sem discursos
Apenas silêncio
Silêncio de breu

Eu, sem sequer prenúncio
Feito androceu
Silencio teus caos
Floresco, aqueço
Teu interior 
Teu amor brutal

Tuas palavras aos vôos escorregam
Derrapam
Em meio ao meu tão calmo vendaval

Eu te palavreio,
Tu me silencia
Eu, que sou silêncio
E tu, que às pressas me grita

Teu amor
Horror
Tão nosso em laço

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