terça-feira, 28 de agosto de 2012

Por trás da biomáscara

Luísa chega em casa após um dia de caos. Senta-se em seu sofá novo, parcelado em 12x, e então liga a televisão. Horário eleitoral...

"Tentar evoluir ou deixar tudo como está? Quando se trata de Biocombustível, ainda cresce em minhas dúvidas uma enorme raiz.
Cheio de vantagens e desvantagens, o Biocombustível pode ser poderoso para a "renovação" do mundo, como também, pode acabar com o que atualmente resta dele num piscar de olhos, ou numa respiração longa.
Como uma possível solução para o aquecimento global por conta da possibilidade de fechamento do ciclo do carbono, abre-se uma grande esperança para cessar tal problema que aflige à todos. As pesquisas necessárias consumiriam menos fundos, e o desemprego provavelmente diminuiria. E o Brasil, rico em florestas, possui grandes e ótimas áreas para o cultivo das plantas necessárias para a produção deste. Entretanto, nem sempre as vantagens se sobressaem.
Em um momento no qual o aquecimento global e a forma na qual ele "engole" o mundo a cada dia é mundialmente conhecida, quando ocorre uma possibilidade de diminuição, os "prós" podem até ser fortes. Com geração de emprego - que está cada vez menor, reconheço -, os pontos também são altos. Mas, do que adianta terminar o aquecimento global e abrir vagas de emprego dessa maneira quando a fome será provavelmente triplicada ou até mais; quando a produção de cultivos para gerar o Biocombustível consumirá fertilizantes nitrogenados que justamente irão liberar gases estufa (contribuintes para o aquecimento global, então causando menos vantagens do que realmente parece), e estes mesmos fertilizantes poderão causar contaminações que irão gerar vários problemas respiratórios? De que adianta ter um emprego quando os preços dos alimentos irão consumir seu salário quase todo e você, cidadão brasileiro, não conseguirá pagar suas contas todas? Para morrer de fome ou alguma outra necessidade vital? Acredito que essa não seja a vontade da maioria dos habitantes do nosso país.
Muitas espécies aquáticas se extinguiriam pela proliferação de algas causadas pela "chuva seca" de fertilizantes que a queima da cana-de-açúcar causaria. Nossa água também acabaria numa velocidade imensamente maior, pois a mesma seria necessária em grande quantidade para a produção deste combustível de origem biológica não fóssil.
No mais, todos sabemos que o mundo não está em sua melhor época em questões naturais, nem nossa nação, definitivamente ao agora.
Por que gerar algo que "talvez ou possivelmente" seria menos nocivo ao mundo, quando na verdade, só aceleraria o fim dele? Creio que seja melhor deixar tudo como está do que gerar à nós mesmos, menos tempo de vida qualificada do que já nos está estimado.
Quem sabe, ao invés de produzir um meio de maior sustentabilidade ou "qualidade melhor de vida" que, na verdade, apenas nos levará mais rapidamente ao fim, adotemos então o costume de usar bicicletas como meio de transporte, por exemplo? Ou exercitar as pernas caminhando até seu destino diário, que geraria apenas suor às nossas roupas? Eu tô nessa.
Eu e meu governo vamos juntos nos empenhar para melhorar nosso país em relação ao mundo de uma maneira que valha à pena. Comigo, tudo se tornará mais leve, sensato."

*Disse o candidato à presidência que ordena que seu motorista o leve em sua limusine prateada até a panificadora da esquina para que compre seus pães frescos e seu cappuccino de todas as manhãs. E paga com notas de cem.