tag:blogger.com,1999:blog-57635409343104198542024-02-08T03:08:28.452-03:00açúcar amargoE. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.comBlogger57125tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-66349970867573006462023-04-02T11:57:00.002-03:002023-04-02T12:41:29.625-03:00<div style="text-align: left;"> Apesar de quebrada significar estar di vi di da, c o r r o m p i d a<br />Quebrada quer dizer quebrar<br />Quebrar todo esse padrão<br />Quebrar toda essa fantasia do que é ser vida<br />É ressurgir e recriar a arte, a cultura<br />A partir do que a rua presencia<br />Quebrada é caminho<br />De quem<br />Reescreve seu destino<br />Transgredindo a ideia de que o mundo<br />É só de quem vive reproduzindo moldes</div><div style="text-align: left;"><br />Quebrada é encruzilhada</div><div style="text-align: left;">Quebrada é exu, é preto véio que benze na erva que rompe o solo pra brotar de qualquer maneira, como tem que ser;<br />é a paz revirada////a paz é muito branca, lembra?</div><div style="text-align: left;"><br />É dizer que é tudo nosso e o que não é <br />a gente faz na coletividade e na luta diária<br />de quem tem que escolher por GRITAR QUE ESTÁ<br />que é pelos seus e pela comunidade inteira<br />É ser raiz, semente e composteira</div><div style="text-align: left;"><br />É quebrar padrões pra comunidade ser libertada<br />Da ideia burguesa de que vencer na vida é ter o português na régua e a etiqueta praticada. </div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">>>>>>>>Diferente de tudo que é criado pela burguesia, que serve só pra enfeitar e decorar, </div><div style="text-align: left;">aqui nada é enfeite, tudo é pra encarar de frente, o papo é reto e verdadeiro com o que se sente. </div><div style="text-align: left;">E sentir nem sempre é bom. </div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-22277051773711453562023-04-02T11:39:00.001-03:002023-04-02T11:39:19.542-03:00na cozinha tudo se mistura<p> ela come e dança </p><p>saboreio e balanço,</p><p>boca e ritmo,</p><p>o prazer alcanço.</p><p><br /></p><p>o gozo</p><p>o jorro</p><p>o forno...</p><p><br /></p><p>quente o coração, a mistura que dá:</p><p>o bolo e o café</p><p>da ação.</p><p>pão, beijo,</p><p>leite, desejo.</p>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-84724280104496852542023-04-02T11:37:00.001-03:002023-04-02T11:37:16.136-03:00rompendo camadas <div style="text-align: left;"> às vezes acontece<br />de um abraço<br />quebrar as dimensões do tato<br />embalando, feito agora, contato.</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-274293948502731262022-07-22T17:27:00.003-03:002022-07-22T17:33:08.798-03:00<br /> alguns existires realçam<br />a pulsão de vida<div>(que nem o último raio de sol do último minuto da hora de ouro - por um segundo o laranja banha de melancolia e esperança os caminhos fazendo com que a vida se pareça mais ávida, só por alguns segundos)</div><div><br /></div><div>aniversário é que nem abraço</div><div>ambos substantivos que viram verbos transitivos diretos nos caminhos da imaginação</div><div>aniversariar o corpo que abriga tanto sentir</div><div>e com os anos se pinta de memórias num caderno de linhas de expressão do rosto,</div><div>o movimento das marés em forma de rugas, </div><div>no canto dos olhos que se permitem ser embarcação dos caminhos.</div><div><br /></div><div>aniversário é que nem abraço</div><div>completar uma volta no astro reacende a chama da vida </div><div>e te deixa atento pra que os caminhos se iluminem por mais um longo percurso </div><div>é como abraçar o tempo</div><div><br /></div><div>amar é verbo intransitivo. carregado de sentido.</div><div>tão forte, não pede complemento. ele se pinta de substantivo abstrato.</div><div>o amor é como um desenho de formas astrais no caderno do não-palpável.</div><div><br /></div><div>amor também é que nem abraço e aniversário,</div><div>a pulsão de vida é retida no âmago desses três acontecimentos.</div><div>porque abraço é acontecimento</div><div>amor é acontecimento</div><div>aniversário é acontecimento</div><div>que a gente vai tecendo, assim, mansinho</div><div>é acontecimento...</div><div>principalmente quando realçam o fluxo dos rios </div><div>que permitem que se mantenha em movimento.</div><div><br /></div><div>amor também é que nem abraço e aniversário</div><div>porque nos três substantivos está contida, </div><div>na forma mais concentrada e intensa,</div><div>a chama da vida.</div><div>quente e ardente que as vezes rasga. </div><div><br /></div><div>dessas coisas realçam a pulsão de vida em mim:</div><div><br /></div><div>o sal do mar na pele;</div><div>uma borboleta, breve, alçando vôo;</div><div>uma flor se abrindo em botão como quem mostra os dentes pro céu;</div><div>você. </div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-14500630104862728142022-07-22T17:05:00.004-03:002023-04-02T12:49:45.428-03:00Devir<p> Imergir em mim tem doído</p><p>Já não me acarinho ou compreendo</p><p>Por vezes não me reconheço sendo</p><p><br /></p><p>Emergir pra fora de mim tem doído</p><p>Já não confio ou caminho com os mesmos passos</p><p>Por vezes paralizo, mesmo sem andar tenho os pés gastos</p><p><br /></p><p>Imersão emersão omissão</p><p>só eu que não sou</p><p>me escondo de mim pra me proteger.</p><p><br /></p><p>Meus traumas me fizeram desconhecer </p><p>os mesmos caminhos</p><p>que andei toda a vida</p><p>e o corpo que me acompanha</p><p>desde que comecei a ser.</p><p><br /></p><p>Com dificuldade removo as ataduras, </p><p>deixo a ferida renascer em cicatriz</p><p><br /></p><p>Tudo já é turvo e omisso demais pra mim</p><p>Fecho os olhos com as pálpebras duras</p><p>Como quem diz sem dizer</p><p>Dormir.</p>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-25563637225897557122022-07-22T16:51:00.004-03:002022-07-22T16:51:47.147-03:00<p>se falar da vida vivendo a própria vida é metalinguagem,</p><p>ficar sem vida pra viver a vida é meta perdida?</p>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-53256253297301851212022-07-22T16:50:00.003-03:002022-07-22T16:50:41.514-03:00presente: adjetivo ausente<br />não me sinto inspirada a viver e vencer as dificuldades.<br />me sinto expirada.<br /><br />é como se meu prazo de validade tivesse excedido, feito um cartão-presente que tem data pra ser usado e você perde a oportunidade de usufruir do que era seu direito por causa da validade.<br /><br />de presente a ausente, perdendo os regalos da vida por não me regar,<br />por estar ausente de mim.E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-31046298875010612222021-01-17T11:00:00.002-03:002021-01-17T15:02:12.400-03:00BABA<div style="text-align: center;">tilintar, </div><div style="text-align: center;"> é linha tanta</div><div style="text-align: center;">desarrumar,</div><div style="text-align: center;"> é tanta linha</div><div style="text-align: center;">Despir?</div><div style="text-align: center;"> a lente tira,</div><div style="text-align: center;"> alinha, espia, </div><div style="text-align: center;">é tanto, arrepia</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Percorre</div><div style="text-align: center;"> linha e curva</div><div style="text-align: center;">arrebenta</div><div style="text-align: center;"> arrebata o limite</div><div style="text-align: center;">delimita percurso</div><div style="text-align: center;">curva a arrebentação</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Escorre,</div><div style="text-align: center;"> sugere a trilha</div><div style="text-align: center;">que a língua molhada</div><div style="text-align: center;">descobre</div><div style="text-align: center;"> é tanto,</div><div style="text-align: center;">chovia</div><div style="text-align: center;">pra pingar de saliva</div><div style="text-align: center;">o laço da costura de </div><div style="text-align: center;">pêlos.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Você já ouviu</div><div style="text-align: center;">corpo quando pega rumo </div><div style="text-align: center;">de entrega?</div><div style="text-align: center;">- ele sussurra, suspira,</div><div style="text-align: center;">geme, treme, trepa -.</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-48217499958945426302021-01-17T10:50:00.003-03:002021-01-17T10:50:54.699-03:00pinga e rasga<div>desabafo</div><div>escorre</div><div>que nem aguardente</div><div>desce queimando o bloqueio de se pensar no</div><div>presente</div><div><br /></div><div>sem possibilidades, as vias fechadas - sem a corrente</div><div>do rio que leva</div><div>no balanço e te limpa o corpo-raiz.</div><div><br /></div><div>você tenta cessar e parece exercer um</div><div>movimento contra-corrente. /o ciclo tem seu </div><div>próprio tempo e querer/ </div><div><br /></div><div>desespero,</div><div>canela temperada no barril de cana </div><div>aquece e alerta teu útero que grita </div><div>libera as vias da tua maresia que precisa jorrar </div><div><br /></div><div>que caminho percorrem as águas do</div><div>diálogo? quanto viaja a cana que te faz delirar? </div><div><br /></div><div>...no ciclo de 19 desciam</div><div>palavras vermelhas pedindo atenção</div><div><br /></div><div style="text-align: right;">uma gota </div><div style="text-align: right;">já é o suficiente pra fazer</div><div style="text-align: right;">o ador</div><div style="text-align: right;">se expandir na boca.</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-78123657883905776452021-01-17T09:43:00.003-03:002021-01-17T10:52:51.135-03:00réquiem<div style="text-align: justify;">O tanto que o tempo me tirou ou que deixei passar. A vida foi endurecendo os caminhos cada vez mais. Na verdade, quando a rotina era até mais exaustiva do que é hoje, conseguia melhor me situar e expandir meu fôlego mais facilmente com as narrativas que desenhava na cabeça. </div><div style="text-align: justify;">Não sei ao certo o que se perdeu no caminho. Esperança, ânimo, querer.
Com tantos flashes que a loucura dos dias atuais me traz, as únicas fantasias que consigo (re)criar para encontrar ternura ou até mesmo a fúria necessária pra mudar são episódios do passado. Parece atrasado reacessar essas memórias, mas elas também me fazem compreender melhor o agora. </div><div style="text-align: justify;">Eu me peguei pensando na moça das geléias vermelhas, as geléias de morango. Um dia desses, enquanto olhava pra cara do meu cachorro, e por uma estranheza da melhor, senti o mesmo cheiro nele que sentia quando visitava a casa dos cachorros e dessa moça da geléia no litoral. Agora os pêlos esbranquiçados que os anos de vida trouxeram pro visual desse cão me relembram a velhice dos cãezinhos daquela casa, e pensar que ontem mesmo eu via ele e os irmãos saltitarem pela pracinha das bandeiras comendo um pacote de bala macia que a moça lhes trouxera. </div><div style="text-align: justify;">Mas a geléia. Os cafés. Até mesmo a dificuldade que circulava pela casa nas vivências diárias, tudo me traz uma sensação que tem cheiro, som e sabor. Tudo era mais flúido apesar de tantas dificuldades a mais, até o baseado que fazia as horas descia leve. Nem isso eu consigo mais. </div><div style="text-align: justify;">Eu queria saber dela. Tinham brinquedos de madeira coloridos e um sorriso que vinha com doçura e apelo de uma vida cansativa.
Como todos ao longo dos tempos, já fui muitas, a questão é que a vida foi um atropelo e não consegui de fato curtir nenhuma das fases com total imersão. Muitas vezes, por justamente viver na loucura dos flashes entre futuro e passado, eu magoei muita gente. </div><div style="text-align: justify;">Eu já não sei mais pra onde ir, e por mais que eu tente exercitar a capacidade de viajar pra outrora retomando lembranças, por alguma razão, tudo são blocos fragmentados, não existem recordações totalmente completas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu não sei se são os astros ou a porra dos sentimentos já gastos, mas eu ando me perdendo muito nesses lastros de uma que já não existe mais.</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-2931848263891666202015-09-02T15:13:00.001-03:002015-09-02T15:13:25.641-03:00Rio de interior com disritmia #1Já havia tanto em que não ouvia falar sobre Francisco. Teus detalhes, sinais, sorrisos e pareceres não me rodeavam mais a cabeça - eram agora apenas lembranças de um amor que se transportou, quem sabe, para vidas passadas ou até mesmo futuras.<br />
Inconstante que sou, faço os meus inconstantes. Nunca tive aptidão suficiente para me fazer constante na vida de ninguém. Quando não me ocorria, por devidos motivos, levar todxs ao meu redor a me escarrarem afora de seus abraços e olhares, eu os vomitava, na primeira privada que me encontrasse próxima. Ou então, destruiria ainda mais todas as coisas em que havíamos sido (e foram os momentos únicos em minha vida de conseguir me estabelecer em SER alguma coisa verdadeiramente).<br />
<br />
<i>Tarde cheia de um dia vazio</i><br />
<br />
Francisco chegou como sempre, pleno. Sua presença sempre me ecoou nos ambientes distintos.<br />
Ninguém precisou se aproximar e me dizer que a hora havia chego. Eu o senti por perto. E sei que me sentiu também.<br />
<br />
Na provável animação em avistar o rio, a piscina e o sol do dia em que já teimava em se despedir, encaixou a cabeça na janela do banheiro e eu, sentada à beira do rio em meio ao jardim, de primeira, o avistei. Nossos olhares se cruzaram à metros de distância, andares diferentes. Ambas as faces se fecharam e os olhos procuraram o céu e o chão instantaneamente, quem sabe recorrendo à qualquer que fossem as forças presentes n'outros planos do qual nunca fomos de crer, requisitando apelo e a ajuda para sobreviver nas próximas horas sem foder com tudo.<br />
<br />
E então, Franscico desceu as escadas da casa em que se hospedaria. Mas Francisco não era mais alguém singular, ele tinha alguém. Desceu as escadas junto com sua guria.<br />
Desceram as escadas e aproximaram do rio, da piscina, do sol, do jardim e da beira na qual eu, ou um resquício de mim, ainda se mantinha fixa. E os metros de distância se reduziram (ou quem sabe, metaforicamente, se multiplicaram).O rio se manteve fora de ritmo. Disritmia tornei-me.<br />
<i>(...)</i>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-89827871646256544172015-07-03T02:38:00.001-03:002015-07-03T02:38:17.864-03:00Tempos atrásUma ou duas loucuras<br />
Funduras<br />
De mim<br />
<br />
Nosso fim<br />
Será assim<br />
Pois<br />
Eu que sempre fui<br />
De sins<br />
Procuro minha página final<br />
Algo me fascina<br />
Me alucina<br />
<br />
E tu não serás pra mim<br />
Nada mais do que foi<br />
Um ou dois pois<br />
Poréns, vai e vém<br />
Não me convém<br />
Ser esse alguém<br />
<br />E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-69186816177425949352015-02-13T01:27:00.002-02:002021-01-17T15:10:00.721-03:00ácaroInvalidez<br />
Eu não tinha mais uso<br />
Eu não tinha mais função<br />
De segundo em segundo passava outrora<br />
Hora em hora outra eu era<br />
Eu era outra inválida<br />
E de ida em ida<br />
Eu não voltava<br />
De não em não<br />
Não funcionava<br />
Mas de segundo em segundo<br />
A vida passava<br />
E eu ali<br />
<br />
Inválida<br />
Vivia<br />
Pálida<br />
Presa na monotonia<br />
Da tua válida ausência<br />
Não é que eu algo ainda sentia?<br />
E como doía com veemência<br />
Mas algo ainda tinha essência em mim<br />
Mesmo que o vazio me fosse permanência<br />
<br />
Desgosto vinha<br />
Nem gosto tinha<br />
Manter frequente essa mente ausente<br />
Fingindo então que algo sente<br />
Tem amor, sem rancor<br />
Coração perdia a cor<br />
Mas ainda sabia de cor<br />
Mesmo com tanto desgosto<br />
O gosto do teu gozo<br />
Era doce<br />
Perto de tanto amargo desgosto que eu era agora<br />
Depois de outrora me perder nas horas contidas no tempo<br />
Por desalento<br />
No leito desabo<br />
<br />
E fim de mim.E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-57860416440976665962014-08-02T01:17:00.001-03:002014-08-02T01:17:43.645-03:00Silenciando palavras, palavreando silêncios<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um silêncio silenciando</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tem maior valor</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Que cem palavras palavreando</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em meio ao caos</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Singular, plural</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De forma habitual</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho andado ao lado</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dos sem amores</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com palavras frias</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Baques</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Supostamente cem valores</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não, tu dizias</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ah, meus senhores</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Testemunhas, tu e tu, me ouves?</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho sido caos</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não ando mais são</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Soa alienação</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas é só desgosto</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sim, me vi perto do fim</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não me venha</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com tuas palavras frias</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com teu caos interior</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Meu silêncio me aquece</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Me enobrece</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E mais do que sentir,</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ser amor!</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sou</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #444444;"><br /></span></span>
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><span style="color: #444444;">Tu, com cem palavras tuas </span></span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Palavreando</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tumultuando minha calma</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Brutalidades esfregadas às escarras</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem amarras, e se me amarras</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Palavreio tu</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Também e tão bem</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quanto</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu, que com um silêncio meu</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Silenciando</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agradeço</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ao tempo e à vida tenho apreço </span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Até à tu que tumultuou</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Corroeu meu eu</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Com cem palavras</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem sabores</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Saberes</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dizeres, tão escassos</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não soubes amar</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não soube eu?</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Um silêncio</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem excelências</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ouvintes alguns</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem anúncios</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sem discursos</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Apenas silêncio</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Silêncio de breu</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu, sem sequer prenúncio</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Feito androceu</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Silencio teus caos</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Floresco, aqueço</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Teu interior </span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Teu amor brutal</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tuas palavras aos vôos escorregam</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Derrapam</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em meio ao meu tão calmo vendaval</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu te palavreio,</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tu me silencia</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu, que sou silêncio</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E tu, que às pressas me grita</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Teu amor</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Horror</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tão nosso em laço</span>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-5419501381244381252014-07-27T19:48:00.002-03:002021-01-17T15:13:03.575-03:00No tabuleiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="background-color: #f7f7f7; color: #444444; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;">
</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou peça</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou xadrez</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou coração</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou só retalhos</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou o caos de São Paulo</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #444444;"><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span><span style="background-color: #f7f7f7; line-height: 15.36px; text-align: start; white-space: pre-wrap;"></span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<div style="margin: 0px;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Sou minha própria terapia</span></div><div style="margin: 0px;"><span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="margin: 0px;"><span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div style="margin: 0px;">
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="color: #444444;">Seria?</span></div>
</div>
E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-33003930684096767462014-05-09T00:19:00.001-03:002014-05-09T09:53:13.858-03:00Mudez gritante<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Para ler ao som de The Build Up - Kings of Convenience.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br /></span>
<blockquote class="tr_bq">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Tem um pedaço de você no meu coração que é mudo, escasso de som. Deve ser fruto de cada uma das vezes minuciosamente florescidas que nos vimos. Esse coração, ele tem permanecido em mudança cíclica de silêncio pra explosão. Mas a mudez se apossa gradativamente quando uma parte disso que podemos intensamente chamar de nós se separa.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Um pedaço nunca é o suficiente quando se pode ter o bolo por inteiro.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">A festa inteira. </span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br />Tem um pedaço de você no meu coração mudo, no meu coração puto, no meu coração sujo.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Imenso. Tão imenso que dimensão à imensidão que te aguarda é imensurável; e nessa imensidão, guarda-se todos os meus melhores sorrisos, os meus melhores olhares e gestos. Resguardo-me do medo que se apossa.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Meu melhor sorriso foi o que aprendi à te oferecer.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Sem migalhas.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br />Meu coração eventualmente permanece mudo, mas entre nós o silêncio é um presente, dádiva. Sinfonia de corpos. Partitura(mo-nos um ao outro).</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br />Tem um pedaço de você no meu coração, mudo a percepção: tem um pedaço de você em mim.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">Nós somos pedaço um do outro.</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><br />Meu coração pode estar mudo, mas o sentimento que carrego sobrepõe-se à todo o abismo que no silêncio há, e me transforma em uma coisa que poucas vezes me permiti sentir e SER de verdade na vida: amor.</span></blockquote>
</blockquote>
E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-75480557935530266622013-06-15T17:25:00.002-03:002021-01-17T15:20:12.083-03:00suposições do viver<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Sabe, eu vim precipitada e aliviadamente. Talvez por engano, persistência, ou realmente por vontade de dar uma voltinha por aí, que poderia levar meses, alguns anos, ou quem sabe, tantas décadas.<br />
Não sei exatamente qual meu papel aqui. Meu papel talvez seja preencher as folhas de papel com transbordações do que as coisas me preenchem. Pareço e sinto estar contida não no que me contém, no que me possui, mas no que desejo possuir. Eu vim para isso, e por isso ainda permaneço aqui. Mas não ei de permanecer. Quero mesmo é expandir-me pro que quiser à mim, pra quem quiser, e fazer querer quem não quer. Arrependimento ainda assim torna-se material para recordar.<br />
Almejo conter os sons, as músicas, os mais belos poemas e textos, traços, gentilezas. Os calores, as friezas. Amores, desamores, súbitos entusiasmos de uma só noite ou dia certamente entrarão na bagagem. Gozar do gozo que sentirei. Cada ponto de meu passeio eu anseio por não esquecer.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Esparramar-me-ei. Direi à tantos as palavras de mais doce aroma e darei os beijos de mais suave e profundo sabor. Doarei-me por inteira e conhecerei seus inteiros também. Compartilharei de minha melancolia e júbilo. Mostrarei minhas faces e permitirei que anseie, almeje por mim, ou que simplesmente me escarre para fora de sua estrada. Irei-me. Não por desamor ou ausência brusca, mas porque cada um deve entender a sua hora.</div>
Conhecerei lugares de certos corpos por mais de dez vezes e outros nem sequer uma inteira e completa vez; para nunca mais.<br />
Ah, passear. Para ser, deixar-se levar, mas nunca influenciar.<br />
Permanecer o quanto for,<br />
Ser o que a vida me permitir criar e compor.<br />
Compor à mim, do jeito que for, com essa ânsia do posterior. <br />
Todo passeio tem seu fim, e o fim é a casa, o lar, o mar; o inalcançável abismo de onde criei minhas raízes que fincam-se no acaso.<br />
<br />
"Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva."E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-41460129108684272022013-03-20T12:20:00.001-03:002021-01-17T15:22:49.315-03:00Um rasgar de consciência, ou o recuperar dela<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<span style="text-align: center;">Marrom e dilacerante: teu olhar, na reta de minha direção.</span><br />
Teu cabelo negro com faíscas claras. Um sorriso de canto numa boca que grita por presença. Um súbito controlar de arrepiar as angústias. Quem sabe provar desse olhar, fazer parte desse marrom dilacerante e misturá-lo ao azul acinzentado que anda perdendo a cor para descobrir um possível resultado. Um resultado mental que renove horas, renove ares. Provar desse beijo, torná-lo um só, contínuo e sem fim. Fechar os olhos talvez marrons ou azuis e esquecer do tempo, deixar sumir a sirene da ambulância da rua seguinte, o neném chorando no apartamento da frente e o gato miando num cômodo diferente. Tornar os dedos de minha mão parte de teu cabelo, puxá-lo pra mim, torná-lo mais ainda fios, pedaços companheiros de meus dedos. Sentir um sorriso num beijo, o sorriso na sensação dilacerante trocada e compartilhada por esse beijo. Esquecer o controle do dinheiro no bolso, esquecer o controle de quantos comprimidos devo tomar para a alergia ao gato. Deixar as angústias se liberarem e tornarem-se pulsares que não cessam. Esquecer da hora, acabar com a demora de antes pra poder ver-te de olhos fechados.<br />
Os olhos fechados que deixaram escapar a lágrima vinda de um deles. Quem sabe se do azul ou do marrom? A lágrima do alívio! Você está contida nela.<br />
Beijar-te. No beijo: esquecer que vivo. Deixar uma luz passar a existir. Entender que existo, enfim.<br />
Marrom. Gritante e silencioso. Um olhar teu. Que me chamou no breu dos caminhos.<br />
Essa foi você. <div>Essa seria...<br />
Fomos nós; e nosso primeiro beijo. Quem sabe o único de um início torto.<br />
E o ventilador continua a rodar, interminável, assim como o copo de refrigerante que deixei ainda cheio em cima da pia da cozinha. Mudei de cômodo e fui resgatar minha outra metade que tinha se extinguido de mim para dentro de você, e, ao invés de traze-la de volta, preferi então, misturá-la a tua metade e nos tornar inteiras, intactas.<br /><br />
</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-3726328902082975522013-03-02T19:31:00.001-03:002021-01-17T15:29:25.716-03:00Spoiling the surprise <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Eu te adiei a cada dia. Te adiei por medo de que a pressa levasse junto à ela, a calma e a delícia que é ter tudo devagar. Eu te adiava e odiava tudo o que não envolvia teu jeito sacana de ser. </span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Teu jeito peculiar de ser me puxava cada dia pra mais perto de ser alguém pra ti e a querer então, me juntar e formar um par contigo. </span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Eu te dei seu lugar aqui dentro. Eu te mostrei o que falar sobre mim e sobre nós. Eu desatei seus nós que eu mesma enroscava. </span><span face="'Trebuchet MS', sans-serif">Eu te dei silêncio; um silêncio de breu, silêncio de angústia, silêncio de singular e me juntei nesse silêncio e o fiz plural. Te curava os males que eu mesma lhe causava. Morde e assopra.</span><div><span face="'Trebuchet MS', sans-serif">Ensinei-lhe a reconhecer os sons, e do silêncio retirávamos: o vento, a ofegância de nossas próprias respirações. Dessas respirações lhe causei gemidos, inconstâncias e permiti que me fizesses constante no teu futuro.</span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">No presente não, de presente eu não podia me doar. Nem se quer minha, fui. Não fui do mundo, não fui da razão, da consciência. Meus anseios foram seus, e os devaneios já não sabiam mais seguir um caminho diferente também. Minha mente poderia estar em trânsito, mas o corpo estava livre pra que você fizesse sua caminhada por cada beco, rua, imensidão de mim. </span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif"> Eu te adiei a cada dia, pois se me precipitasse, mais cedo seria sua ida. Eu sempre soube que tipo de pessoa serias, que partirias por medo, que o teu apavoro lhe levaria pro que você mesma nunca quis. Eu lhe adiei para ter tempo de construir planos pra te envolver em mim, porém, quase sempre me esquecia de amarrar os laços e ao invés, te aprendia por inteira. E restávamos nós, tão semelhantes mas incoerentes. Aprendia teu calor, tua temperatura, teu discurso sobre como você preferia teus gatos em sinfonia interminável na madrugada do que ao breu irreconhecível e identificável dia e noite.<br />Nunca quis adiar tua presença. No entanto, tua constância foi criando galhos e raízes nas minhas folhas incolores.</span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Adiei tua presença porque quando se adia, o fim não vem de manhã.</span><br /><span face="Trebuchet MS, sans-serif">Te dei permissão para que me descobrisse, e o que fizeste foi encobrir minha presença.</span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Hoje, de poucas coisas que noto ao meu redor, percebo: você sempre soube seu lugar. Num ponto identificável - pois fim nunca houve, sequer começo -, quem aprendeu tanto sobre ti e supostamente nós fui eu, mas esqueci tudo sobre mim mesma ao longo do caminho.</span><br />
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Sempre gostei de coisas mais simples: por que deve ter começo? Por que, então, há de ter fim? </span></div><div>A simplicidade por fim nos fugiu com seu sumiço.<br />
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="background-color: white; line-height: 21px; text-align: center;">Já não sei mais responder à meus próprios questionamentos, mas minha mente pede, suplica pelo definitivo. Darei partida nessa ida minha, que começa agora, e não há de cessar.</span><br />
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="background-color: white; line-height: 21px; text-align: center;">Não precisa mais voltar, pois não era necessário nem que tivesses ido. </span><br />
<span face="'Trebuchet MS', sans-serif" style="background-color: white; line-height: 21px; text-align: center;">Você sempre soube muito bem como permanecer, assim como aprendeu à desaparecer por entre as expectativas.</span><br /><div style="background-color: white; line-height: 21px; margin-bottom: 3px; overflow: hidden; text-align: right;">
<blockquote class="tr_bq">
</blockquote>
</div>
</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-9261949465422124362013-02-07T00:37:00.002-02:002021-01-17T15:32:33.952-03:00O louco e sua máquina datilográfica <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
Ouço ecos pelos cantos da sala. Cada centímetro ecoa um tom diferente da tua voz. Meus ouvidos imploram pelo teu cantar.<br />
Vejo retalhos de uma feição perfeita em cada canto que olho. Meus olhos pedem a tua presença nas paisagens. Ou pedem que você se torne minha paisagem mais apreciada.<br />
Minha pele pede tua mão tocando cada canto do meu rosto, do meu eu. Me permitindo, então, ser eu mesmo por uma fração de segundo.<br />
Minha pele pede algo que me faça arrepiar e relaxar de calma. Minha pele pede a companhia da tua.<br />
Eu peço que finalmente compreenda que sim, isso sempre foi amor na essência do sentimento. E há de ser.<br />
Eu peço que me escute em todos os ecos. Quem sabe você consiga escutar o quanto eu grito silenciosamente de desespero por um sinal teu, um cheiro teu; por ti.<br />
Sei que fui cicatriz. Te corroí os ossos. Agora, pequeno, toda cicatriz que eu te causasse lhe traria um sorriso, porque nada na vida se mantém intacto, e o teu sorriso constrói o meu. Desde que me fui, não consegui parar de me mover pros lados à procura de mais projeções de você nas paredes amareladas dessa sala.<br />
Já nem sei mais se o que ouço, cada breu que de tão sossegado chega a gritar, espernear (porque quando se passa muito tempo só e em silêncio, cada tilintar se torna um som), é fruto de minha imaginação ou se o teu silêncio ainda se encontra com o meu, me causando alucinações passageiras, mas constantes. Você em mim foi passageiro e constante.<br />
Ao escrever, bato em cada tecla de forma descontrolada e bruta, me questionando se você ainda reconhece o meu modo de agir quando há você na mente: desregulado, agitado, sem controle. Te deixei ir e esqueci meu controle contigo. Quem sabe eu tenha me esquecido contigo e nem sequer havia notado.<br />
Você me ouve? Você está aí?<br />
<br />
Provavelmente é só mais um eco correndo pelos cômodos ou uma projeção de minha mente só. Somente mais uma face de mim.<br />
Ou do que me resta.<div style="text-align: right;">
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E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-80029961103383109152012-11-27T23:55:00.002-02:002021-01-17T15:41:24.449-03:00Chuva és, Sol souNão conseguir mais te olhar é algo forte e arrebatador demais à ser sentido e dito. Não consigo é te olhar e não compreender porque você balança tudo à minha volta. Caio do balanço num abismo opaco, sem brilho algum. Minha cabeça dói. Meus olhos encharcam meu rosto, eu nado pra fora do meu próprio mar azul. E por um momento (de tantos), o que precisava para sanar essa dor devastadora e nada ingênua se assimilaria a sanar minha saudade. A saudade é livre e ataca os mais presos. Declaro meu aprisionamento completo. Andas comigo lado à lado nesse nó. Nos choques de mente, nos anseios, no gosto de minha própria saliva quase inexistente. Há quanto não vejo um copo d'água para refrescar minhas necessidades, é como se eu estivesse na secura de um deserto sem oásis. <div>Eu não sei se quero as chaves para a liberdade. Talvez permanecer nesse nó de corda bamba, sumir por completo e te deixar de fora, pro mundo e seus outros milhões de olhares coloridos, me faça ser um pouco mais certa de que ao permanecer presa neste abismo eu não te puxe para ele também.<br />
O abismo é ao redor, o labirinto. E mesmo que nele, sempre à reconhecerei, de longe e sem os óculos arranhados; de perto com olhos fechados. Na mente encontro a mais bela das cores, produzidas por teu sorriso. É como mergulhar na abundância.</div><div>Carrego na mente, a cada segundo e por cada lugar, uma das coisas mais valiosas que percorri o coração, o olhar e o desespero. Você.<br />
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<a class="twitter-share-button" data-count="none" data-lang="pt" data-text="Açúcar Amargo: Chuva sou, Sol és" data-url="http://azeddume.blogspot.com.br/2012/11/chuva-sou-sol-es.html" data-via="xeduardda" href="https://twitter.com/share">Tweetar</a>
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</div>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-7546407521838761782012-11-25T23:59:00.004-02:002012-11-27T23:59:10.655-02:00Gritar (Calar pt2)"Fechei os olhos. Tentei calar o choro, mas tudo o que ele sabe fazer é gritar. Não entendo o que diz. Apenas ouço-o quebrar os vidros da janela toda vez que mostra presença.<br />
Por todos os meus dezoito anos de vida eu me fiz calar. Me calar pras vozes sem som, vozes sem melodia. Pra atitudes sem cores, sem amores. Me calar pro meu próprio choro.<br />
Mas dentro de mim sempre gritava. Sempre grita. Eu grito esperança. Eu grito minha própria melodia, meu próprio amor, minha própria poesia.<br />
Em mais um ano de vida tudo o que desejo é fazer a vida florescer. Crescer em mim para compensar os centímetros que me faltam, mas que são reversos na pessoa que sou. Minha calma reflete na minha personalidade. Personalidade essa que cala e agora, a partir de agora, que serei um novo eu, também gritará. Meu tamanho termina onde as pessoas também terminam de menosprezar ao próximo. E por não haver um término ao menosprezo concreto e real, por ninguém enxergar, saber escutar; sou grande que só. Calo o mundo e grito o bem."<br />
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<i>Feliz aniversário.</i>E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-84806104930873643112012-11-18T13:17:00.001-02:002012-11-19T19:03:22.514-02:00Um olhar de relance no metrô (um de três)Tu. Tu e teus cabelos.<br />
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Cor de sangue, que tanto arrancam de mim. Com o olhar, com o penar.</div>
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Perdes o ar, e eu o fôlego ao ver-te.</div>
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Me torno um ser ofegante em segundos</div>
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E tu simplesmente segue adiante. </div>
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Tu e teus cabelos</div>
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Vermelhos.<br />
Eu e meu dilema, sempre com o mesmo tema.<br />
E tu teimas em ir.<br />
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<span style="font-size: x-small;">(À todas as paixões platônicas - momentâneas - que acontecem durante o cotidiano).</span></div>
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E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-91164558241137291082012-11-11T12:05:00.001-02:002021-01-17T15:48:59.376-03:00Sem pesadelos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
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<div style="text-align: left;">
De formas indecifráveis e de onde não se enxerga o horizonte, eu me perdi. Me deixei fugir.<br />
Fugi do meu normal, do meu estado racional, entrei em transe.<br />
Cessando todos os pesadelos já vindos e os não bem-vindos, assim foi tua chegada.<br />
Tudo bem, não direi que contigo passei a enxergar o horizonte - para isso comprei meus óculos. Mas contigo aprendi a enxergar o que há por dentro. Quem sou eu? Alguém em constante melhoria. Dou uns tropeços, mas tu segura meu pulso e me puxa de volta. O que há dentro de mim? Uma vontade certa e indeterminável. Atemporal. <br />
Me perdi mas me encontrei quando enxerguei ao meu redor, lá estava tu. Confiante.<br />
Me deixei fugir, mas em algum momento teria de voltar. De voltar pra perto de ti, pra dentro do nosso eixo de compartilhamento intenso e reflexivo. Não apenas uma transa, mas uma transa de várias coisas. Amores plurais à dois.<br />
Somos dois. Duas. As únicas aqui. Não precisamos de anel, não precisamos de papel escrito e assinado. Nosso casamento é interior e constante. Absoluto. Parceria.<br />
Mas ás vezes me vem, subitamente:<br />
Fugir. Porque eu preciso da solitude. Do meu tempo.<br />
De formas indecifráveis e de onde não se enxerga o horizonte. Eu me perdi. Me deixei fugir.<br />
Fugir do meu normal, do meu estado racional. Apenas por algumas noites de pesadelos. Inclusive neles você está presente, me causando medos e lampejos do que não aceito.<br />
Os sonhos voltaram, e você junto à eles.<br /><br />Qualquer hora, vem beijar mais uma vez parando minhas horas ou até meus dias. Quem sabe minha vida.<br />
A primeira. Última e eterna. Constante. E absoluta.<br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">"De tanto não parar a gente chegou lá."</span></div>
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<br /></div>
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E. C.http://www.blogger.com/profile/06152798242841934207noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5763540934310419854.post-5890443002546779762012-11-07T23:34:00.002-02:002012-11-19T19:04:02.203-02:00BreveComprar a flor.<br />
Passar a ser flor.<br />
Presentear-te comigo; tal flor.<br />
Tu, que aceitaste a flor. Me aceitaste.<br />
Despetalaste a flor,<br />
Quebraste o talo.<br />
Fui pétalas importantes não mais que um dia.<br />
Fui o talo,<br />
Foste a mão<br />
Que me partiu ao meio.<br />
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<br /></div>
<div style="text-align: right;">
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