segunda-feira, 14 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

É tão bom ser mais nós.


Me olho no espelho. É diferente, chega a ser estranho. Não me reconheço - porém, é como se sentisse que estou ali. Meus olhos já não são mais azuis, escureceram para um tom de castanho-mel. Meu cabelo, agora liso, tem cor em sintonia. Não tenho mais cara de pequena, porém, sou uma adulta com o mesmo sorriso de tal (essa é uma das vantagens de não envelhecer nunca).
Paro por um minuto.
Penso...
Penso...
Concluo.
De repente, olho ao meu redor. Descubro-me. Percebo que estou cara a cara comigo, que já não sou mais eu mesma.
E então, incontrolávelmente, me escapa um sorriso. Estou tão feliz por ver-me, porém, sinto que não sou eu ali.
Uma presença tão doce e leve - jamais a esqueceria algum dia em minha vida.
Ela tem olhos azuis como eu um dia tive, cabelos cacheados. Reparo em sua mancha de nascença na mão esquerda. Cara de pequena-crescida. Provavelmente teria minha idade. Exatamente igual a quem fui um dia.
Seria eu, então, a base de sua essência?
É como se eu soubesse...
Da mesma forma que sabemos que, se nos jogarmos em frente á um caminhão em movimento provavelmente acontecerá uma tragédia, eu, naquele momento, sabia; sentia; percebia mais do que qualquer outra coisa (ja estava totalmente arrepiada por um segundo) que sem ela não teria sentido algum.
Minha essência então, pertence a ela, e a dela a mim.
Irmãs gêmeas? Melhores amigas? Mãe e filha?
Uma mistura de tudo.
E com um enorme toque de ser mais nós.
Como é bom...
Ser.
Sou.
Sou+Nós.




Á minha querida mãe, que hoje completa mais um ano de vida.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Todo Carnaval tem seu começo.



CAFÉ

Talvez Deus e o mundo soubessem e já haviam percebido. Mas eu não. Eu mesma não percebia o quanto precisava de uns cubos de açúcar no meu café. E sempre fui do tipo que acreditou que o café só ficaria doce com muito esforço, com muitos cubos. Na verdade, nem de café eu gostei mais do que dois ou três dias da minha vida, sendo esses, dias em que havia me perdido, que fechei as janelas e sabe-se lá quando as (re)abri. Mas não sei...de uns tempos para cá, tenho bebido muito café, e não tenho me esforçado tanto para colocar açúcar nele. Não porque ele esteja, agora, sempre doce, mas porque me cansei de tentar adoçá-lo.
O carnaval deste ano foi um pequeno período em que o café ficou dias de lado, e no ultimo dia de carnaval, o açúcar se mostrou presente sem esforço. 

ÁLCOOL 

Eu a (re)descobri novamente. Depois de meses ou, talvez, um ano depois. Eramos pouco próximas e então, nossas vidas caminharam para lados opostos.
Me conheço desde sempre e sei que na maioria das vezes sou do tipo que fisga, ou pelo menos, tenta. Mas poucas vezes fui fisgada. Poucas, mas não nenhuma. De volta ao assunto Carnaval:
Dancei; Bebi; Fui para o meio da muvuca; Sai por blocos; Passei mal; Dancei mais.
Descansei.
E na quarta-feira de cinzas, percebi que nada disso seria preciso. Que nada disso seria necessário para fazer do meu carnaval, algo doce. 

CANA 

O que eu precisava, e ainda preciso, é do seu sorriso tão aberto, assim como o meu. Da tua presença nem um pouco morna (poucas vezes conheci alguém tão fervente), mas ao mesmo tempo tão calma e tão...tua.
Preciso de piadas momentâneas, do mar ao nosso redor. Do tempo parado. E talvez, por algum momento, ficar parada, quieta, olhando nos teus olhos e tentando descobrir porquê.
Por que depois de já conhecer-te, eu lhe percebi?
'Basta eu e você'. E de companhia, no máximo silêncio ao nosso redor.
Talvez eu volte a beber café novamente. Talvez tu adoce ele para mim - por vontade própria. Seu jeito de querer bem.
Porque tu, assim como eu, não suportamos mais beber café amargo e ficar horas tentando adoçá-lo, quando, nem de açúcar seria preciso. Dá pra encontrar sabor no café não adoçado, é só ver melhor.

AÇÚCAR

Teu sorriso adoçaria meu dia. E eu, palhaça que sou, tentaria, ao menos, adoçar-te por algum momento.
Todo carnaval tem seu fim.
E nesse mar de talvez, talvez eu consiga fazer do nosso, só o começo.


Presente em forma de texto à Rhaissa Ramon (
http://caspide.blogspot.com).

Doce.