sexta-feira, 11 de março de 2011

É tão bom ser mais nós.


Me olho no espelho. É diferente, chega a ser estranho. Não me reconheço - porém, é como se sentisse que estou ali. Meus olhos já não são mais azuis, escureceram para um tom de castanho-mel. Meu cabelo, agora liso, tem cor em sintonia. Não tenho mais cara de pequena, porém, sou uma adulta com o mesmo sorriso de tal (essa é uma das vantagens de não envelhecer nunca).
Paro por um minuto.
Penso...
Penso...
Concluo.
De repente, olho ao meu redor. Descubro-me. Percebo que estou cara a cara comigo, que já não sou mais eu mesma.
E então, incontrolávelmente, me escapa um sorriso. Estou tão feliz por ver-me, porém, sinto que não sou eu ali.
Uma presença tão doce e leve - jamais a esqueceria algum dia em minha vida.
Ela tem olhos azuis como eu um dia tive, cabelos cacheados. Reparo em sua mancha de nascença na mão esquerda. Cara de pequena-crescida. Provavelmente teria minha idade. Exatamente igual a quem fui um dia.
Seria eu, então, a base de sua essência?
É como se eu soubesse...
Da mesma forma que sabemos que, se nos jogarmos em frente á um caminhão em movimento provavelmente acontecerá uma tragédia, eu, naquele momento, sabia; sentia; percebia mais do que qualquer outra coisa (ja estava totalmente arrepiada por um segundo) que sem ela não teria sentido algum.
Minha essência então, pertence a ela, e a dela a mim.
Irmãs gêmeas? Melhores amigas? Mãe e filha?
Uma mistura de tudo.
E com um enorme toque de ser mais nós.
Como é bom...
Ser.
Sou.
Sou+Nós.




Á minha querida mãe, que hoje completa mais um ano de vida.

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