domingo, 2 de outubro de 2011

R/Rima



Olhos fechados pelo cansaço. Escuridão agradável. Uma cama e nenhum travesseiro. Um eu e nenhum nós. Começo de Junho, o frio se torna presente por conta própria. E nenhum cobertor, nenhum agasalho. Nem mesmo luvas.
Andei pensando, essa vida me derruba. E depois me levanta. E quando levanta, subo no meu salto e de lá não desço, - não tão rápido. Que pra me derrubar do salto, é só me empurrar como um prato de comida estragada. Fingir que tem tudo, quando enxergo que não tens nada. Já perdestes a mim.
Que pra ti o que vale é viajem, dinheiro no bolso e só. Esqueces do mundo, e tudo em mim fica como um nó. Nó que não se desfaz. Passei dias assim; fugaz, rápida, fugitiva.
Tudo aqui parece mais uma ida, sem fim, sem volta. Dez míseros dias, ah, isso transformou-se em revolta. Fácil passar oito meses sem ti. Dez dias perto, ah, oquêi, tudo certo. "Com certeza", penso, "é questão de costume". Oito meses de azedume. E agora chega, stop it, acabou.
Vou transformar minha vida em coisas que você nunca notou.
Mas por favor, volta, um dia, quem sabe.
A tua menina então quer poder dizer: ei, Senhora! Minha fé em ti nunca se esgotou.

Mais um ano se passa. Dois. Meus olhos se fecham, minha boca abre.
Abre gritando por socorro. Que se grito ou desacredito em ti, tanto faz.
Que se te espero ou corro, pra longe de tudo, não importa, permanecerei n'outro mundo. Nada mais há de vir.

Olhos fechados. Escuridão.
Primeiro de Outubro.
Tudo em vão.

Eduardda Carvalho

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